sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Língua

O português guineense é a variante do português falada e escrita na Guiné-Bissau.
Segundo estatíticas de 1983, 44% da população da Guiné-Bissau falava crioulos de base portuguesa, 11% falava o português e o restante, inúmeras línguas africanas.
A presença do português na Guiné-Bissau é pouco expressiva, verificada pela pequena percentagem de população guineense que tem o português como a língua materna e, também, por menos de 15% ter um domínio aceitável da língua portuguesa. O espaço geográfico do país em que a lusofonia prevalece corresponde à zona central e comercial da capital, Bissau, conhecida como "a praça".
Esta situação tem se agravado na Guiné-Bissau, por vários motivos tais como: ser rodeado por países francófonos; existir uma grande comunidade imigrante vinda do Senegal e da Guiné (países de língua oficial francesa); e, a abertura à integração sub-regional e da grande participação dos imigrantes francófonos no comércio. O que leva a que haja uma grande tendência, actualmente, de as pessoas utilizarem e aprenderem mais o francês do que o português. Tendo já quem defenda que, presentemente, o francês já é a segunda língua mais falada na Guiné-Bissau, depois do crioulo.

Capital de Guiné-Bissau "Bissau"

Bissau é a capital da Guiné-Bissau, localizada no estuário do Rio Geba, na costa atlântica. É a maior cidade do país, com o maior porto, constituindo como o centro administrativo e militar da região e de país. Bissau é também a capital do setor autônomo de Bissau.

Historia
A história de Bissau iniciou-se ainda em 1687, quando o rei daquela região concordou, junto a Portugal, em construir ali uma fortificação, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. Bissau foi fundada, então, em 15 de março de 1692 e de fato, em 1696, foi iniciada a edificação da fortaleza pela Companhia do Cacheu e Cabo Verde, sob o comando do capitão-mor José Pinheiro. Em 1703, no entanto, a companhia responsável pela construção não teve seu contrato de exploração de escravos renovado pela Coroa portuguesa, o que conduziu ao acúmulo de prejuízos e ao abandono da Capitania de Bissau, em 1707 . Neste ano, já no governo do rei D. João V, o forte foi destruído .
Somente em 1766, com a final construção da Fortaleza da Amura (na época chamada de "Praça de S. José" em homenagem ao rei que a mandou construir), teve início a evolução de Bissau na condição de cidade. A partir de então, cumpriu importante papel histórico na região, como centro de comércio e porto fortificado. Embora a Guiné Portuguesa fosse administrativamente dependente de Cabo Verde, a cidade exerceu por duas vezes o papel de sua capital, em 1836 e 1915.
Em 1855, foi criada em Bissau uma comissão municipal, e a pequena cidade veio a ser elevada ao estatuto de vila em 1859. Isso, no entanto, não contribuiu para o seu desenvolvimento urbano, já que os efeitos destas ações consistiram apenas em reafirmar sua importância econômica. Outro fator que colaborou para isto foi a separação administrativa entre Cabo Verde e a Guiné Portuguesa em 1879, quando a capital foi transferida para Bolama. Somente em 9 de dezembro de 1941, pela terceira vez, Bissau voltaria a ser a capital de sua colônia .
Pela primeira vez, em 1914, Bissau recebeu um plano de urbanização, uma vez que se tornara cidade. E em 6 de fevereiro de 1948, já como capital da Guiné Portuguesa, a cidade alcançou a mais alta distinção, tendo sido elevada a Câmara Municipal. Já em setembro de 1974, com o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, tornou-se capital desse país independente.
Geografia
Bissau está situada na costa oeste da Guiné-Bissau, às margens do estuário do rio Geba, próximo ao Oceano Atlântico, com uma altitude de 39 metros. As terras adjacentes à cidade são de altitudes muito baixas, o que também permite que o rio seja acessível a grandes navios, muito embora esta capacidade se dê somente até cerca de 80 quilômetros além da cidade
Clima
O clima de Bissau pode ser classificado como clima de savana com temperaturas estáveis (média de 26 °C ), já que não apresenta umidade suficiente para caracterizar um clima de monções. No entanto, é um clima mais úmido que muitos outros de seu tipo. Não chove muito nos meses de novembro a maio, permanecendo o maior volume de precipitações concentrado nos meses restantes. No total anual, Bissau recebe o equivalente a pouco mais de 2 020 mm de chuva. Nos meses de junho a outubro, período mais chuvoso, e até mesmo nos três meses anteriores, a alta umidade provoca um calor considerado extremamente desconfortável .
Bairros
  • Quelelé, onde situa-se o primeiro centro de próteses de toda a África ocidental.


Política da Guiné-Bissau

O Guiné-Bissau é uma república semi-presidencialista e democracia representativa.
O PRS ocupa actualmente 28 dos 102 assentos na Assembleia Nacional e 18 dos 25 gabinetes do governo.
  • Constituição: 16 de Maio de 1984, revista em: 4 de Maio de 1991, 4 de Dezembro de 1991, 26 de Fevereiro de 1993, 9 de Junho de 1993 e 1996
  • Sufrágio: Universal a partir dos 18 anos. A ambiguidade legal persistia em Novembro de 2009, já que a constituição adotada pela Assembleia Nacional em 2001 ainda não havia sido nem promulgada nem vetada pelo presidente.

Ministério da justiça

Subdivisões da Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau é dividida em oito regiões e um sector autônomo:
  • Bafatá (capital: Bafatá)
  • Biombo (capital: Quinhamel)
  • Sector autónomo de Bissau (Capital: Bissau)
  • Bolama (capital: Bolama)
  • Cacheu (capital: Cacheu)
  • Gabu (capital: Gabu)
  • Oio (capital: Farim)
  • Quinara (capital: Buba)
  • Tombali (capital: Catió)

Comunicações da Guiné-Bissau

Telefonia móvel
O número de telemóveis registados cresceu de 20 000 para 40 000 entre janeiro de 2007 e janeiro de 2008, representando uma taxa de penetração de cerca de 3 por cento da população. Atualmente, operam no país 3 grandes empresas de telemóveis: a MTN (que substituiu a Areeba), a Orange e a Guine Tel. Na cidade de Bissau, são vendidos cartões pré-pagos e pacotes iniciais de todas as redes. As chamadas nacionais funcionam facilmente e com qualidade aceitável. Já as mensagens internacionais funcionam menos regularmente.

Meio Ambiente da Guiné-Bissau

  • Porcentagem de área terrestre coberta por florestas: 73,7% (2005).
  • Emissão de dióxido de carbono (em milhares de toneladas métricas de CO2): 271 (2004).
  • Proporção total da população que utiliza água tratada: 57% (2006).
  • Proporção da população que utiliza serviços de saneamento: 33% (2006).
Guiné-Bissau

Carnaval da Guiné-Bissau


A diversidade cultural de um “pequeno país gigantesco”, a Guiné-Bissau, mínimo na geografia mas com 23 etnias e 9 idiomas, concentra-se todos os anos em meados de Fevereiro na capital, Bissau, numa enorme e inebriante manifestação de alegria popular. Trata-se do Carnaval, tradição originalmente europeia, mas que nesta nação africana assume matizes de identidade social e artística ímpares.
Para alguns, Carnaval «é uma desbunda completa, mas organizada», onde há «uma grande etnização do carnaval». Formalmente, os desfiles associam-se a bairros, «mas não há dúvida nenhuma que nos grupos que aparecem sentes que uns são mais Balantas, mais Papeis, mais Bijagós, Ndingas, etc., começam a assumir-se como tal». E, como tal, cada bairro acaba por representar uma das muitas etnias guineenses. Foi assim descreveu o realizador Andrzej Kowalski.
«Nesta perspectiva o festival é um pouco o desfile de vários grupos étnicos, é um festival de tradições, onde as máscaras ganham grande importância, e quase todas correspondem à simbologia étnica de cada grupo», frisa o realizador, acrescentando que «cada grupo concorre com uma rainha, máscaras e danças, mas ao mesmo tempo em que este desfile principal vai subindo até à tribuna principal, em frente ao palácio presidencial, tens constantemente, em paralelo, desfiles espontâneos, para baixo, para cima, para o lado, uma confusão completa.
Até à Independência o Carnaval era europeizado. Hoje é uma multiplicidade de palcos a “explodir” em manifestações etnográficas de raiz local, em que a tradição festiva guineense extravasa completamente pelos bairros e ruas da capital. O esquema base, explica Kowalski ao Cena Aberta, não deixa de encontrar paralelos com os carnavais de carácter europeu ou brasileiro, com um grande desfile principal na avenida central de Bissau, dedicado este ano ao tema da Reconciliação Nacional, e inúmeros pequenos desfiles paralelos.