sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Língua

O português guineense é a variante do português falada e escrita na Guiné-Bissau.
Segundo estatíticas de 1983, 44% da população da Guiné-Bissau falava crioulos de base portuguesa, 11% falava o português e o restante, inúmeras línguas africanas.
A presença do português na Guiné-Bissau é pouco expressiva, verificada pela pequena percentagem de população guineense que tem o português como a língua materna e, também, por menos de 15% ter um domínio aceitável da língua portuguesa. O espaço geográfico do país em que a lusofonia prevalece corresponde à zona central e comercial da capital, Bissau, conhecida como "a praça".
Esta situação tem se agravado na Guiné-Bissau, por vários motivos tais como: ser rodeado por países francófonos; existir uma grande comunidade imigrante vinda do Senegal e da Guiné (países de língua oficial francesa); e, a abertura à integração sub-regional e da grande participação dos imigrantes francófonos no comércio. O que leva a que haja uma grande tendência, actualmente, de as pessoas utilizarem e aprenderem mais o francês do que o português. Tendo já quem defenda que, presentemente, o francês já é a segunda língua mais falada na Guiné-Bissau, depois do crioulo.

Capital de Guiné-Bissau "Bissau"

Bissau é a capital da Guiné-Bissau, localizada no estuário do Rio Geba, na costa atlântica. É a maior cidade do país, com o maior porto, constituindo como o centro administrativo e militar da região e de país. Bissau é também a capital do setor autônomo de Bissau.

Historia
A história de Bissau iniciou-se ainda em 1687, quando o rei daquela região concordou, junto a Portugal, em construir ali uma fortificação, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. Bissau foi fundada, então, em 15 de março de 1692 e de fato, em 1696, foi iniciada a edificação da fortaleza pela Companhia do Cacheu e Cabo Verde, sob o comando do capitão-mor José Pinheiro. Em 1703, no entanto, a companhia responsável pela construção não teve seu contrato de exploração de escravos renovado pela Coroa portuguesa, o que conduziu ao acúmulo de prejuízos e ao abandono da Capitania de Bissau, em 1707 . Neste ano, já no governo do rei D. João V, o forte foi destruído .
Somente em 1766, com a final construção da Fortaleza da Amura (na época chamada de "Praça de S. José" em homenagem ao rei que a mandou construir), teve início a evolução de Bissau na condição de cidade. A partir de então, cumpriu importante papel histórico na região, como centro de comércio e porto fortificado. Embora a Guiné Portuguesa fosse administrativamente dependente de Cabo Verde, a cidade exerceu por duas vezes o papel de sua capital, em 1836 e 1915.
Em 1855, foi criada em Bissau uma comissão municipal, e a pequena cidade veio a ser elevada ao estatuto de vila em 1859. Isso, no entanto, não contribuiu para o seu desenvolvimento urbano, já que os efeitos destas ações consistiram apenas em reafirmar sua importância econômica. Outro fator que colaborou para isto foi a separação administrativa entre Cabo Verde e a Guiné Portuguesa em 1879, quando a capital foi transferida para Bolama. Somente em 9 de dezembro de 1941, pela terceira vez, Bissau voltaria a ser a capital de sua colônia .
Pela primeira vez, em 1914, Bissau recebeu um plano de urbanização, uma vez que se tornara cidade. E em 6 de fevereiro de 1948, já como capital da Guiné Portuguesa, a cidade alcançou a mais alta distinção, tendo sido elevada a Câmara Municipal. Já em setembro de 1974, com o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, tornou-se capital desse país independente.
Geografia
Bissau está situada na costa oeste da Guiné-Bissau, às margens do estuário do rio Geba, próximo ao Oceano Atlântico, com uma altitude de 39 metros. As terras adjacentes à cidade são de altitudes muito baixas, o que também permite que o rio seja acessível a grandes navios, muito embora esta capacidade se dê somente até cerca de 80 quilômetros além da cidade
Clima
O clima de Bissau pode ser classificado como clima de savana com temperaturas estáveis (média de 26 °C ), já que não apresenta umidade suficiente para caracterizar um clima de monções. No entanto, é um clima mais úmido que muitos outros de seu tipo. Não chove muito nos meses de novembro a maio, permanecendo o maior volume de precipitações concentrado nos meses restantes. No total anual, Bissau recebe o equivalente a pouco mais de 2 020 mm de chuva. Nos meses de junho a outubro, período mais chuvoso, e até mesmo nos três meses anteriores, a alta umidade provoca um calor considerado extremamente desconfortável .
Bairros
  • Quelelé, onde situa-se o primeiro centro de próteses de toda a África ocidental.


Política da Guiné-Bissau

O Guiné-Bissau é uma república semi-presidencialista e democracia representativa.
O PRS ocupa actualmente 28 dos 102 assentos na Assembleia Nacional e 18 dos 25 gabinetes do governo.
  • Constituição: 16 de Maio de 1984, revista em: 4 de Maio de 1991, 4 de Dezembro de 1991, 26 de Fevereiro de 1993, 9 de Junho de 1993 e 1996
  • Sufrágio: Universal a partir dos 18 anos. A ambiguidade legal persistia em Novembro de 2009, já que a constituição adotada pela Assembleia Nacional em 2001 ainda não havia sido nem promulgada nem vetada pelo presidente.

Ministério da justiça

Subdivisões da Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau é dividida em oito regiões e um sector autônomo:
  • Bafatá (capital: Bafatá)
  • Biombo (capital: Quinhamel)
  • Sector autónomo de Bissau (Capital: Bissau)
  • Bolama (capital: Bolama)
  • Cacheu (capital: Cacheu)
  • Gabu (capital: Gabu)
  • Oio (capital: Farim)
  • Quinara (capital: Buba)
  • Tombali (capital: Catió)

Comunicações da Guiné-Bissau

Telefonia móvel
O número de telemóveis registados cresceu de 20 000 para 40 000 entre janeiro de 2007 e janeiro de 2008, representando uma taxa de penetração de cerca de 3 por cento da população. Atualmente, operam no país 3 grandes empresas de telemóveis: a MTN (que substituiu a Areeba), a Orange e a Guine Tel. Na cidade de Bissau, são vendidos cartões pré-pagos e pacotes iniciais de todas as redes. As chamadas nacionais funcionam facilmente e com qualidade aceitável. Já as mensagens internacionais funcionam menos regularmente.

Meio Ambiente da Guiné-Bissau

  • Porcentagem de área terrestre coberta por florestas: 73,7% (2005).
  • Emissão de dióxido de carbono (em milhares de toneladas métricas de CO2): 271 (2004).
  • Proporção total da população que utiliza água tratada: 57% (2006).
  • Proporção da população que utiliza serviços de saneamento: 33% (2006).
Guiné-Bissau

Carnaval da Guiné-Bissau


A diversidade cultural de um “pequeno país gigantesco”, a Guiné-Bissau, mínimo na geografia mas com 23 etnias e 9 idiomas, concentra-se todos os anos em meados de Fevereiro na capital, Bissau, numa enorme e inebriante manifestação de alegria popular. Trata-se do Carnaval, tradição originalmente europeia, mas que nesta nação africana assume matizes de identidade social e artística ímpares.
Para alguns, Carnaval «é uma desbunda completa, mas organizada», onde há «uma grande etnização do carnaval». Formalmente, os desfiles associam-se a bairros, «mas não há dúvida nenhuma que nos grupos que aparecem sentes que uns são mais Balantas, mais Papeis, mais Bijagós, Ndingas, etc., começam a assumir-se como tal». E, como tal, cada bairro acaba por representar uma das muitas etnias guineenses. Foi assim descreveu o realizador Andrzej Kowalski.
«Nesta perspectiva o festival é um pouco o desfile de vários grupos étnicos, é um festival de tradições, onde as máscaras ganham grande importância, e quase todas correspondem à simbologia étnica de cada grupo», frisa o realizador, acrescentando que «cada grupo concorre com uma rainha, máscaras e danças, mas ao mesmo tempo em que este desfile principal vai subindo até à tribuna principal, em frente ao palácio presidencial, tens constantemente, em paralelo, desfiles espontâneos, para baixo, para cima, para o lado, uma confusão completa.
Até à Independência o Carnaval era europeizado. Hoje é uma multiplicidade de palcos a “explodir” em manifestações etnográficas de raiz local, em que a tradição festiva guineense extravasa completamente pelos bairros e ruas da capital. O esquema base, explica Kowalski ao Cena Aberta, não deixa de encontrar paralelos com os carnavais de carácter europeu ou brasileiro, com um grande desfile principal na avenida central de Bissau, dedicado este ano ao tema da Reconciliação Nacional, e inúmeros pequenos desfiles paralelos.

Vestuário da Guiné-Bissau

Na Guiné-Bissau o vestuário da população varia consoante o local onde vivem, a idade e as possibilidades econômicas.
Nas cidades do interior usam-se mais as roupas tradicionais, embora ás vezes os jovens optem por vestes mais atuais em algumas ocasiões como idas à discoteca e viagens à Capital.
Na cidade de Bissau, o vestuário dos jovens e dos adultos é bastante mais moderno, embora alguns adultos prefiram manter o estilo tradicional africano.
Existem alguns grupos de moda, constituídos por jovens de ambos os sexos que desfilam em eventos socioculturais, principalmente em discotecas e night-clubs.
São realizados também concursos de Miss nos Bairros e nas vilas, assim como o concurso Miss Guiné-Bissau, Miss Garandessa Na Moda (em que apenas participam mulheres adultas), entre outros.

Religião da Guiné-Bissau

Religião predominante e o animismo (50%), cuja pratica e o culto antepassado, das forças físicas e dos feitiços.
A religião muçulmana abrange 45% da população, existindo ainda um reduzido numero de cristãos, 5% católicos.

Guiné Portuguesa

A Guiné Portuguesa era o nome da atual Guiné-Bissau enquanto colônia portuguesa entre 1446 e 10 de Setembro de 1974.
Embora Portugal tivesse reclamado o território quatro anos antes, foi o explorador Nuno Tristão pela costa da África Ocidental em busca das fontes do ouro, escravos e outros bens de valor, que chegavam à Europa muito lentamente, via terrestre. Chegou à Guiné em 1450.
A Guiné-Bissau fazia parte do Império Sahel, e as tribos locais comercializavam sal e cultivavam o arroz. Com a ajuda de tribos locais cerca de 1600, os Portugueses, bem como outras potências europeias, como os Franceses,Britânicos e Suecos, montaram os alicerces para o tráfico negreiro. A feitoria de Cacheu, junto ao rio do mesmo nome, foi um dos maiores mercados africanos durante vários anos.
Com a abolição da escravatura, no final do século XIX, o comércio de escravos caiu em forte declínio, embora restassem alguns focos clandestinos. Bissau, fundada em 1700, tornou-se a capital da Guiné Portuguesa.
Com o evoluir das conquistas em África, Portugal perdeu uma grande parte do território para a França (que se tornaria, mais tarde, no atual país da Guiné), incluindo a próspera área do rio Casa mansa, que era uma um grande centro comercial para a colônia  O Reino Unido tentou apoderar-se de Bolama, o que resultaria numa grande disputa entre os dois seculares aliados, quase tornando-se em guerra, cuja resolução muito se deveu a António José de Ávila (recompensado pelo feito com o título de Duque de Ávila e Bolama), o qual, recorrendo à intervenção do presidente norte-americano Ulysses S. Grant, que intercedeu a favor de Portugal, conseguiu assegurar para a Coroa Portuguesa a posse de Bolama.
A Guiné era administrada como uma colônia das ilhas de Cabo Verde até 1879, altura em que foi separada das ilhas, para passar a ser governada autonomamente.
Na viragem para o século XX, Portugal iniciou uma campanha contra as tribos animistas, com o auxílio das populações islâmicas costeiras. Isto iria desencadear uma luta constante pelo controlo do interior e arquipélagos mais distantes. Não seria antes de 1936 que o controlo das ilhas Bijagós estaria assegurado na totalidade para Portugal.
Em 1951, quando Portugal reformou o sistema colonial, todas as colônias portuguesas se passaram a designar províncias ultramarinas.
A luta pela independência iniciou-se em 1956, quando Amílcar Cabral formou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC), que se manteve relativamente pacífico até 1961, altura em que estalava a Guerra do Ultramar, declarando a província ultramarina como independente e alterando o seu nome para Guiné-Bissau (para a distingui da vizinha República da Guiné).
A Guiné foi, talvez, o conflito mais complicado para Portugal em termos bélicos e, com o decorrer da guerra, a derrota portuguesa avizinhava-se. Porém, com o golpe de estado do 25 de Abril de 1974, Portugal iniciou as negociações com o PAIGC para a descolonização. Com o assassínio do seu irmão em 1973, Luís Cabral tornou-se no primeiro presidente da Guiné-Bissau imediatamente a declaração da independência a 10 de Setembro de 1974.


O governo de partido único do PAIGC

O irmão de Amílcar Cabral, Luís de Almeida Cabral, foi empossado como o primeiro presidente da República da Guiné-Bissau. Instituiu-se um governo de partido único de orientação marxista controlado pelo PAIGC e favorável à fusão com a também ex-colônia de Cabo Verde. O governo de Luís Cabral enfrentou sérias dificuldades que chegaram a provocar a escassez de alimentos no país. Luís Cabral foi deposto em 1980 por um golpe militar liderado pelo general João Bernardo Vieira, chefe de altos quadros do PAIGC. Com o golpe, a ala cabo-verdiana do PAIGC se separa da ala guineense do partido, o que faz malograr o plano de fusão política entre Guiné-Bissau e Cabo Verde. Ambos os países romperam relações, que somente seriam reatadas em 1982.
O país foi controlado por um conselho revolucionário até 1984, ano em que Guiné-Bissau ganhou sua atual Constituição. Nesse período, todas as alas de extrema-esquerda do PAIGC foram dissolvidas.
A transição democrática iniciou-se em 1990. Em maio de 1991, o PAIGC deixou de ser o partido único com a adoção do pluripartidarismo. As primeiras eleições multipartidárias tiveram lugar em 1994. Na ocasião, o PAIGC obteve maioria na Assembléia Nacional Popular e João Bernardo Vieira foi eleito presidente da República. 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Gastronomia da Guiné-Bissau

Guiné-Bissau possui uma rica gastronomia, uma mistura de comida portuguesa e africana.
Sua gastronomia tradicional é caracterizada por paladares intensos e apimentados, onde o limão e a malagueta são condimentos indispensáveis.
O arroz é a base principal da alimentação, e quando cozido, é chamado por bianda, no qual se adiciona o mafé, nome atribuído aos molhos e caldos, geralmente feitos de peixe, maricos, galinha ou carne.
O chabéu e o óleo de palma, são as gorduras vegetais da região.
A respeito dos legumes, utiliza-se geralmente baguitche, a candja (quiabo) e ao djagato para acompanhar com o arroz.
Suas receitas são muito marcadas pela presença de frutos do mar e suas ostras são conhecidas como as maiores do mundo.
As comidas mais tipicas de Guiné-Bissau são: Caldo de Mancarra (caldo de amendoim),Tieboudienne (guisado de peixe, com arroz e legumes).
Os turistas, em seus passeios, podem experimentar carne de macaco. 


Receita do Caldo de Mancarra


Ingredientes e quantidades
  • 1 frango (ou galinha)
  • 1 cebola grande
  • Azeite
  • 250 g de amendoim (mancarra no crioulo da Guiné-Bissau) ou pasta de amendoim
  • 1 caldo de galinha
  • 2 tomates maduros
  • Sal e pimenta
  • piri-piri
Preparação
  1. Prepare o frango, corte-o aos pedaços e tempere com sal, pimenta e piri-piri. 
  2. Junte-lhe a cebola devidamente picada. 
  3. Acrescente 2 copos de água e deixe cozer em lume brando durante 15 a 20 minutos. 
  4. Se optou por comprar amendoins (e não pasta), faça uma pasta, pise os amendoins num almofariz até se transformar em farinha fina. 
  5. Junte-lhe tomates, misture até formar uma pasta. Junte-lhe a seguir água (muito) quente mexendo sempre, até formar uma pasta. 
  6. Junte tudo, a carne o preparado de amendoim (pasta)e deixe ferver para apurar. 
  7. Retire do lume, deixe arrefecer um bocado e sirva acompanhado de arroz branco. 

Economia da Guiné-Bissau

Um dos países mais pobres do mundo, a economia legal da Guiné-Bissau depende principalmente da agropecuária e da pesca, mas o tráfico de drogas é provavelmente o tipo de comércio mais lucrativo. As plantações de caju cresceram consideravelmente nos últimos anos. O país exporta peixe e frutos do mar assim como pequenas quantidades de amendoim, palmito e madeira.
O arroz é o principal cultivo e alimento básico. Entretanto, combates intermitentes entre as tropas do governo, apoiadas pelo Senegal e uma junta militar destruíram muito da infraestrutura e causaram grande prejuízo à economia em 1998. A guerra civil levou a uma redução de 28% do produto interno bruto naquele ano, com uma recuperação parcial no período 1999-2002. A produção agrícola caiu algo em torno de 17% durante o conflito, assim como a produção de castanhas de caju caíram até 30%. Piorando a situação, no ano 2000 o preço das castanhas caíram em 50% no mercado internacional, aumentando a devastação começada com a guerra civil.
Em dezembro de 2003 o Banco Mundial, o FMI e a UNDP foram forçados a intervir para fornecer auxílio orçamentário de emergência num total de US$ 107 milhões para o ano de 2004, o que representou mais de 80% do orçamento do país . A combinação de perspectivas econômicas limitadas, um governo central fraco e dirigido por uma facção e uma posição geográfica favorável tornaram este país da África Ocidental uma escala do tráfico de drogas para a Europa1 , especialmente em várias ilhas não habitadas do Arquipélago de Bijagós. Estima-se que passem pelo país US$ 1 bilhão em drogas por ano.

Escritor José Carlos Schwarz

 José Carlos Schwarz nasceu em, Guiné-Bissau,no dia 6 de Dezembro de 1949 e Morreu em Havana no dia 27 de Maio de 1977.
José Carlos foi um poeta e músico da Guiné-Bissau. Ele é amplamente reconhecido como um dos mais importantes e notáveis músicos da Guiné-Bissau.
Ele escreveu em português e francês, porém cantava em crioulo. Em 1970 ele formou o "Cobiana Djazz", banda formada por um grupo de amigos. Após a independência da Guiné-Bissau, Schwarz tornou-se o diretor do Departamento de Artes e Cultura, e também o responsável pela política de infância guineense. Em 1977 iniciou sua carreira na Embaixada da Guiné-Bissau em Cuba. No dia 27 de Maio do mesmo ano, Schwarz morreu em acidente de avião próximo a Havana.
Poesia
Do que chora a criança
(versão portuguesa) 
Do que chora a criança?
É dor no seu corpo
Do que chora a criança?
É sangue que cansou de ver 
Um pássaro grande chegou
Com ovos de fogo
0 pássaro grande veio
Com os ovos da morte
Caçadores desconhecidos
Enganados metralharam a tabanca
Caçadores, pretos como nós
Enganados metralharam a bolanha
Queimou-se o mato
Queimaram-se as casas
Perdurou a dor na nossa alma

Escritor Vasco Cabral

Vasco Cabral nasceu em 1926 em Farim na então Guiné Portuguesa e cedo se interessou pela política participando na campanha de Norton de Matos, candidato da Oposição anti-salazarista à Presidência da República Portuguesa. Formado em Ciências Econômicas e Financeiras, é preso em 1953 em Lisboa quando regressava de Bucareste onde participara no IV Festival Mundial da Juventude.
1962 foi um ano pleno de acontecimentos relevantes no quadro da resistência ao regime salazarista pois pela primeira vez nas ruas do Porto e no 1º de Maio em Lisboa são gritadas palavras de ordem contra a guerra colonial e, num tribunal de Luanda, são condenados os escritores António Jacinto, António Cardoso e Luandino Vieira a 14 anos de prisão; nesse mesmo ano, ameaçados de novo pela polícia política, o angolano Agostinho Neto acompanhado pela família e Vasco Cabral, numa fuga de barco organizada pelo Partido Comunista Português, alcançam Rabat, em Marrocos. Tendo aderido ao PAIGC participa na luta armada de libertação nacional tendo sido ministro da Economia e das Finanças do 1º Governo saído da Independência da Guiné-Bissau, proclamada unilateralmente a 24 de Setembro de 1973 na sequência do assassinato de Amílcar Cabral. Fundador da União Nacional de Escritores da Guiné –Bissau, morre a 24 de Agosto de 2005, em Bissau.
A sua poesia acha-se publicada na Antologia poética da Guiné-Bissau / União Nacional dos Artistas e Escritores da Guiné-Bissau (Lisboa, Editorial Inquérito, 1990); África: Literatura. Arte. Cultura sob a direção de Manuel Ferreira (Lisboa, África Editora, L.da. - Vol. I, n.º 5; ano II (Jul-Set), 1979); Antologia: Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe: poesia e conto, seleção e organização de Lúcia Cechin (UFRGS, Porto Alegre, 1986); as suas alocuções, discursos e colóquios nomeadamente sobre Amílcar Cabral e sobre a colonização da Guiné acham-se publicadas em Soronda - Revista de Estudos Guineenses.

Poesia
A Luta é a minha primavera


A luta
É a minha
Primavera

Sinfonia de vida

O grito estridente dos rios
A gargalhada das fontes

O cantar das pedras
E das rochas
O suor das estrelas

A linha harmoniosa dum cisne!





Vasco Cabral começa a escrever poemas na prisão, em 1953, poemas que já depois da independência da sua pátria reunirá num volume que intitulou precisamente A Luta é a minha primavera.
Ao lermos este poema não podemos deixar de sentir com quanto despojamento se manifesta o despertar de uma energia feita de desprendimento de si e de total entrega. Na sua solidão essencial, há neste homem, preso mas pronto para o combate, a abundância primaveril das grandes forças da natureza: a da água que estridente se solta pelos rios abaixo e a que jorra das fontes. Mais do que  fecundar a terra,  água é  a linguagem da fluidez invadindo o espaço, grito e gargalhada sonorizando as paisagens mudas. O homem que no combate vai suar o suor das estrelas longínquas,  está mais perto do céu do que da terra e,  inamovível no seu ideal, o seu canto é igual ao das pedras e das rochas. Frescura, clareza e pureza eis o que caracteriza a linguagem do espírito novo para que nasça uma nova vida. A vida para o prisioneiro passa, infinita e informe fora e dentro das grades da prisão. Contudo, algo se move, algo busca uma forma, e não é apenas um homem, um poeta cujo canto se ergue sobre searas de desolação a proclamá-lo , é também um povo que em breve se erguerá numa luta de libertação nacional. Em Discours Antillais, Édouard Glissant, numa clara alusão aos espoliados e oprimidos, conclui, neste seu ensaio, que “O homem, não é uma mera cana que pensa, mas, segundo Shakespeare, é uma floresta que marcha”.
Geração sacrificada a um ideal, o cisne deste poema é a metáfora  de uma forma harmoniosa. Seja qual for a cor da sua pele, o cisne, símbolo de luz, representa o ideal de brancura e de graça do guerrilheiro no seu combate por uma causa nobre, a causa da libertação de um povo por um futuro de paz e no achamento de uma felicidade terrestre para cada homem, mulher e criança.

Cultura da Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau possui um património cultural bastante rico e diversificado. As diferenças étnicas e linguísticas produziram grande variedade a nível da dança, da expressão artística, das profissões, da tradição musical, das manifestações culturais.
A dança é, contudo, uma verdadeira expressão artística dos diversos grupos étnicos.
Os povos animistas caracterizam-se pelas belas e coloridas coreografias, fantásticas manifestações culturais que podem ser observadas correntemente por ocasião das colheitas, dos casamentos, dos funerais, das cerimónias de iniciação.
O estilo musical mais importante é o gumbé. O Carnaval guineense, completamente original, com características próprias, tem evoluído bastante, constituindo uma das maiores manifestações culturais do País.
O músico José Carlos Schwarz é ainda hoje considerado um dos maiores nomes de sempre da música guineense
Feriados e/ou festas Data Nome em português Notas 1 de Janeiro Ano Novo 20 de Janeiro Dia dos heróis 8 de Março Dia Internacional da Mulher 1 de Maio Dia do Trabalho 3 de Agosto Dia dos mártires da colonização 24 de Setembro Dia da independência (1973) Festa nacional 13 de Outubro Final do Ramadão Muçulmana 20 de Dezembro Festa do Cordeiro Muçulmana 25 de Dezembro Natal Cristã





terça-feira, 5 de novembro de 2013

Demografia da Guiné-Bissau

   A população da Guiné-Bissau é constituída por uma variedade de etnias, com línguas, estruturas sociais e costumes distintos. A maioria da população vive da agricultura e professa muitas vezes religiões tradicionais locais. Cerca de 45% dos habitantes praticam o Islão e há uma minoria de cristãos. As línguas mais faladas são o fula e o mandinga, entre as populações concentradas no Norte e no Nordeste. Outros grupos étnicos importantes são os balantas e os papéis, na costa meridional, e os manjacos e os mancanhas, nas regiões costeiras do Centro e do Norte. O Crioulo Guineense, com base lexical no português, é a língua veicular interétnica.
População: 
1,5 milhão de habitantes (est. 2008)
Estrutura etária (estimativas de 2000):
  • 0-14 anos: 42% (homens: 271.100; mulheres 272.304)
  • 15-64 anos: 55% (homens 335.150; mulheres 370.667)
  • 65 anos e mais: 3% (homens 16.574; mulheres 19.920)

Taxa de crescimento da população:
  •  2,4% (estimativas de 2000)
Taxa de nascimentos: 
  • 39,63 nascimentos/1.000 habitantes (2000)
Taxa de mortalidade: 
  • 15,62 mortes/1.000 habitantes (2000)
Taxa de migração: 
  • 0 migrante/1.000 habitantes (2000)

Número de homens/mulher (2000):
  • Ao nascer:' 1,03 homem/mulher
  • Com menos de 15 anos: 1 homem/mulher
  • 15-64 anos: 0,9 homem/mulher
  • 65 anos e mais: 0,83 homem/mulher

Total da população: 
  • 0,94 homem/mulher

Taxa de mortalidade infantil:
  • 130 mortes/1,000 nascimentos (2004)

Expectativa de vida ao nascer:
  • Total da população: 49,04 anos
  • Homens: 46,77 anos
  • Mulheres: 51,37 anos (2000)

Taxa de natalidade: 
  • 5.27 crianças por mulher (2000)

Grupos étnicos:
  • Balantas 30%
  • Fulas 20%
  • Manjacos 14%
  • Mandingas 13%
  • Papéis 7%
  • Europeus e outros: menos de 1%
  • Religiões:
  • Animismo (crenças tradicionais africanas 50%)
  • Islamismo 45%
  • Cristianismo 5%

Línguas da usadas na Guiné-Bissau são:
  • Português (oficial)
  • Crioulo Guineense
  • línguas africanas

Taxa de alfabetização : (definição com 15 anos ou mais, sabendo ler e escrever)
  • Total da população: 53,9%
  • Homens: 67,1%
  • Mulheres: 40,7% (1997)

Clima da Guiné-Bissau

Situada aproximadamente a meia distância entre o Equador e o Trópico de Câncer, a Guiné-Bissau tem clima tropical, caracteristicamente quente e úmido. Há duas estações distintas: a estação das chuvas e a estação seca. O território insular, composto por mais de 80 ilhas, exibe algumas das melhores praias da África Ocidental.
A estação das chuvas estende-se de meados de Maio até meados de Novembro, com maior pluviosidade em Julho e Agosto. A estação seca corresponde aos restantes meses do ano. Os meses de Dezembro e Janeiro são os mais frescos. No entanto, as temperaturas são muito elevadas durante todo o ano.

Guiné-Bissau
Guiné-Bissau
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Bandeira da Guiné-Bissau

bandeira da Guiné-Bissau foi adotada em 1973, quando foi reconhecida a independência de Portugal
A bandeira dispõe as cores Pan-Africanas características o amareloverdevermelho e também a Estrela Negra de África
O desenho da bandeira foi fortemente influenciado pela bandeira do Gana, e as cores detêm o mesmo significado especificamente, o vermelho simboliza o sangue dos mártires, o verde as florestas, e o amarelo a riqueza mineral.
Ficheiro:Flag of Guinea-Bissau.svg

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Brasão de Armas da Guiné-Bissau

Brasão de Armas da Guiné-Bissau foi adotado pouco depois de o país ter ficado independente de Portugal em 1973. Proeminente está uma estrela negra, parte do tradicional simbolismo Pan-Africano e frequentemente referenciada como a estrela Negra de África. Uma concha no fundo, une dois ramos de oliveira simétricos. A concha é simbólica da localização do país na costa Oeste de África.


Brasões históricos









Brasão de armas da Guiné portuguesa, de 8 de maio de 1935 a 11 de junho de 1951.


Brasão de armas da Guiné portuguesa, de 11 de junho de 1951 a 24 de setembro de 1973.


 Brasão de armas simplificado, de 8 de maio de 1935 a 24 de setembro de 1973.



 Brasão de armas da Guiné-Bissau (1973-1994)


Brasão de armas da Guiné-BissauBrasão de armas Atual

Geografia

Guiné-Bissau é um pequeno país tropical que se situa a baixa altitude, o seu ponto mais alto sobe apenas a 300 metros acima do mar. O interior é composto por savanas e a linha costeira é basicamente uma planície pantanosa. A sua estação das chuvas semelhante a uma monção alterna com períodos em que ventos quentes e secos sopram do Deserto Saara. O arquipélago de Bijagós espalha-se pelo mar, que e composto por 80 ilhas.
A Guiné-Bissau tem uma área de 36 126 km², o país é maior que a Bélgica, Taiwan, Haiti ou mesmo os estados brasileiros de Alagoas e Sergipe.

Ficheiro:Guinea-Bissau sat.png